Vereadores aprovam Comissão Processante para apurar desabamento de creche em Agudos

Votação teve 8 votos a favor entre os 13 vereadores. Sessão extraordinária registrou discussão entre os apoiadores do prefeito e parlamentares e a polícia foi acionada para conter a situação; um deles precisou ser retirado do local.

Por G1 Bauru e Marília

23/04/2018 13h50 Atualizado há 23 horas

Teto que fica sobre o refeitório da escola caiu em cima das crianças e professoras em Agudos (Foto: TV TEM / Reprodução )

Os vereadores de Agudos (SP) aprovaram por 8 votos a 5, durante uma votação realizada na tarde desta segunda-feira (23), a abertura de uma Comissão Processante (CP) contra o prefeito para investigar as responsabilidades pelo desabamento do teto da creche Diomira Napoleone Paschoal, na última quarta-feira (18).

O pedido para a abertura de uma CP veio das mães dos alunos, que estavam presentes durante a votação, que foi acompanhada por funcionários da creche e pelo prefeito Altair Francisco Silva (PRB) acompanhado de alguns apoiadores.

Em sessão tensa, vereadores aprovam CP para apurar desabamento de creche em Agudos

A sessão extraordinária registrou uma discussão entre os apoiadores do prefeito e os vereadores. A sessão foi interrompida e a polícia foi acionada para conter a situação. Um homem precisou ser retirado do local. Controlada a situação, a sessão foi retomada e a votação da CP foi realizada por volta do meio-dia.

Essa é a segunda vez que o prefeito Altair Francisco Silva é alvo de uma Comissão Processante.

Votação foi feita durante a manhã desta segunda-feira (23) em Agudos (SP) (Foto: Giuliano Tamura/TV TEM)

Em agosto do ano passado, os vereadores aprovaram uma Comissão Processante para apurar uma denúncia de improbidade administrativa no pagamento de serviços de locução em evento da cidade.

Naquela ocasião, o relatório final que pedia a cassação do prefeito foi rejeitado em novembro de 2017 e ele permaneceu no cargo.

Logo após o término da sessão desta segunda-feira, o prefeito deixou o plenário e explicou o que pretende fazer diante da aprovação de mais uma CP.

"Nós não temos nada a esconder, estamos aqui para nos solidarizarmos com os pais, professores e funcionários da escola e dar uma resposta a toda a poupulação de Agudos, porque é isso o que interessa nesse momento", disse Altair Silva.

Desabamento

Crianças de creche que telhado desabou são transferidas para outras unidades em Agudos

O acidente aconteceu por volta das 8h do dia 18 e abril e deixou 20 feridos, sendo 16 deles crianças que estavam no refeitório na hora do desabamento. Os quatro adultos feridos eram três professores e uma funcionária da escola.

Dos feridos levados para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Agudos e para um hospital particular de Bauru, 18 já receberam alta no mesmo dia e duas professoras, que foram transferidas para um hospital de Bauru, receberam alta no sábado (21).

Teto que fica sobre o refeitório da escola caiu em cima das crianças e professoras em Agudos (Foto: TV TEM / Reprodução )

A Polícia Civil abriu um inquérito de lesão corporal e vai investigar o caso. Além da Polícia Científica, que realizou perícias no local, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (ITP) fez uma avaliação das condições do prédionesta quinta-feira.

Segundo o pesquisador do IPT, Sérgio Brazolin, a conclusão dos laudos sobre o que teria causado o desabamento dependem de documentos cedidos pela prefeitura, portanto, ainda não há prazo para a divulgação destes.

Após o acidente, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros estiveram no local retirando os escombros, que foram levados para um local de armazenamento de materiais recicláveis, e fazendo o isolamento da área. A rua lateral da escola precisou ser interditada por csausa do risco de novo desabamento.

Remanejamento

Na sexta-feira, a prefeitura anunciou que as crianças atendidas na creche seriam remanejadas em várias unidades. No entanto, a ideia não foi aceita pelas mães e funcionários da escola que se reuniram com o prefeito para solicitar que todos ficassem em uma única unidade.

De acordo com o prefeito isso será feito por meio do contrato de aluguel de um imóvel de forma emergêncial. A adaptação do local para receber a criança deve demorar até 60 dias

As crianças, nesse período, vão para as unidades que já estavam estabelecidas no remanejamento divulgado na última sexta-feira. Já algumas funcionárias vão receber licença remunerada de 15 dias.